Édito de Tessalônica oficializa o Cristianismo no Império Romano

O imperador Teodósio, por meio de um decreto conhecido como Édito de Tessalônica, oficializou o Cristianismo no Império Romano e permitiu sua prática por todo o império.

Por Silvana Coelho – 23/10/2023

Cristianismo é a religião oficial do império
Símbolo com as letras gregas usado por Constantino / Arquivo Pessoal: Silvana Coelho

Confira neste post quem oficializou o Cristianismo no Império Romano

Embora muitos pensem que foi o imperador Constantino I (303-337 d.C.) quem oficializou o Cristianismo no império, não é correto creditar isso a ele. No entanto, ele se  transformou em grande defensor do Cristianismo porque tivera um sonho em que viu uma cruz com os dizeres: in hoc signo vinces (sob este signo vencerás), enquanto se preparava para a Batalha da Ponte Mílvio – uma das pontes sobre o rio Tibre em Roma – contra seu rival Maxêncio. Este símbolo era representado pelas letras gregas  X (Chi) e P (Rho) da palavra Cristo.

Assim, por ter saído vitorioso dessa batalha, o imperador entendeu que algo divino havia acontecido e, assim, decidiu pôr fim às perseguições contra os cristãos, outorgando-lhes certos privilégios e permitindo a construção de grandes templos.

Em 313 d.C., Constantino promulgou o Édito de Milão, por meio do qual a nova religião (já adotada por sua mãe Helena) passou a ser permitida, pondo fim às perseguições praticadas contra os cristãos pelo próprio Império Romano. Ele foi responsável por convocar o Concílio de Niceia em 325 d.C. com o objetivo de pôr fim às disputas e conflitos existentes na Igreja, como o Arianismo.

Édito de Tessalônica oficializa a fé cristã no Império Romano

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Vista de Tessalônica, na Grécia / Arquivo Pessoal: Silvana Coelho

O Cristianismo tornou-se a religião oficial no Império Romano graças ao imperador Teodósio I. Ele promulgou em 27 de fevereiro de 380 d.C., o Édito de Tessalônica determinando que aqueles que cressem na mesma essência de Deus Pai, Deus Filho e Deus Espírito Santo seriam oficialmente reconhecidos como cristãos; os que não acreditassem seriam chamados de hereges.

Consta que Teodósio estava muito doente em Tessalônica (atual Salônica, na Grécia) quando promulgou o édito. Segundo os historiadores, o fato de estar doente o levou a se batizar, um costume da época que ocorria no leito de morte para que os pecados fossem perdoados.

A partir daí, o Império Romano que até venerava a inúmeros deuses, passou a ter uma religião oficial com liberdade de culto, ou seja, o Cristianismo se tornou a religião oficial do império. Portanto, Constantino e Teodósio foram os dois imperadores que contribuíram para que o Cristianismo ocupasse seu lugar de destaque no mundo até então cheio de perseguições e idolatria a outros deuses.

O que dizia o Édito de Tessalônica

O resumo do decreto imperial que tornou o Cristianismo a religião oficial do império dizia o seguinte:

“Queremos que todos os povos governados pela administração da nossa clemência professem a religião que o divino apóstolo Pedro deu aos romanos, que até hoje foi pregada como a pregou ele próprio, e que é evidente que professam o pontífice Dámaso e o bispo de Alexandria, Pedro, homem de santidade apostólica. Isto é, segundo a doutrina apostólica e a doutrina evangélica cremos na divindade única do Pai, do Filho e do Espírito Santo sob o conceito de igual majestade e da piedosa Trindade. Ordenamos que tenham o nome de cristãos católicos quem sigam esta norma, enquanto os demais os julgamos dementes e loucos sobre os quais pesará a infâmia da heresia. Os seus locais de reunião não receberão o nome de igrejas e serão objeto, primeiro da vingança divina, e depois serão castigados pela nossa própria iniciativa que adotaremos seguindo a vontade celestial”.

Quem foi o imperador romano Teodósio I

O imperador Teodósio I, que governou de 378 e 395 d.C., era um cristão ortodoxo seguidor do Credo Niceno, o qual definia a natureza de Cristo em relação a Deus. Foi ele também quem promulgou o Édito de Tessalônica no qual o Cristianismo se tornou a religião oficial do Império Romano.

Além disso, Teodósio convocou o primeiro concílio de Constantinopla, em 381 d.C., o qual condenava as heresias que eram contrárias ao Credo Niceno. Em 395 d.C., Teodósio dividiu o império entre seus dois filhos: Honório ficou com o Império Romano do Ocidente, com capital em Roma; e Arcádio liderou o Império Romano do Oriente cuja capital era Constantinopla.

Essa e outras histórias você confere no meu guia turístico Turquia – Caminhos Cristãos e as Sete Igrejas da Ásia Menor.

Boa Leitura!

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