A história da Torre de Babel nos traz lições, como as consequências da ambição do homem e sua desobediência.

Por Silvana Coelho – 03/06/2025

Estava pensando sobre a variedade de ensinamentos que a Bíblia nos traz por meio de cada livro, versículo ou personagem. São tantas histórias que poderiam nos levar a um patamar ainda maior de conhecimento acerca das Escrituras. Entretanto, chama a atenção a repetição de alguns poucos versículos, sendo que grande parte dos versículos passam despercebidos dos pregadores ou são citados de maneira bem superficial.

É importante que haja uma exposição do maior número de versículos e personagens bíblicos que possam ajudar no nosso entendimento da Palavra para os dias de hoje. Digo isso porque depois de tantos anos congregando em algumas denominações, cheguei à conclusão de que nunca tinha ouvido uma pregação detalhada sobre a Torre de Babel (Gn 11:1-9), mas apenas breves citações. É como se esse tema não tivesse tanta importância para o nosso contexto, por isso a falta de abordagem nas igrejas. Uma pena, afinal esse conjunto de versículos traz uma mensagem relevante sobre o que aprender acerca da desobediência do homem e suas consequências para a vida cristã.

Por exemplo, raramente se ouve pregações ou citações sobre o contexto da Torre de Babel e sua aplicação para nosso tempo. Foi a partir de uma análise sobre a cidade de Babel durante uma aula do curso de capacitação teológica ministrada pelo professor Roberto Lopes, do Instituto Cristão de Educação e Cuidado Hangar Seis que cheguei a essa conclusão.

Então, vamos conhecer mais sobre o que Deus quis nos mostrar com a história da Torre de Babel?

A Edificação de Babel

Primeiramente, vamos explicar para que fique claro do que se trata o capítulo 11 de Gênesis. Babel (em hebraico significa ‘confusão’) ficou conhecida por ser uma cidade onde o povo havia erguido uma torre tão alta que pretendia chegar aos céus e, também, porque foi ali que Deus instituiu grande variedade de línguas. Vamos ver como isso ocorreu.

A mensagem inicial das Escrituras diz respeito à ordem de Deus para que o homem se espalhasse e povoasse a terra e sobre a aliança que Deus havia feito com Adão e Eva, mas ambos pecaram. Depois Deus fez uma aliança com Noé (Gn 9:7), salvando a ele e à sua família do dilúvio. O problema é que o homem, criado por Deus, nem sempre foi obediente e procurou dar seu jeitinho para escapar dessa ordem.

Pois bem, nesse contexto do versículo acima vemos que depois do dilúvio os descendentes de Noé contrariaram a ordem de Deus e decidiram se unificar e edificar uma cidade na planície de Sinar, na região da antiga Mesopotâmia onde também se localiza o rio Eufrates (Firat, em turco). Essa cidade ficou conhecida como Babel e teria sido fundada por Ninrode, um dos descendentes de Cam, filho de Noé.

O capítulo 11 nos mostra ainda que o povo então se uniu, fizeram tijolos queimados e construíram uma imponente torre com vários pavimentos para fortificar a cidade e que chegasse aos céus. O objetivo era se tornarem famosos e assim não seriam espalhados por toda a terra, o que contrariava claramente a vontade de Deus.

População de Babel mostrou arrogância

Essa passagem nas Escrituras deixa bem claro como aquela população foi tão orgulhosa e arrogante ao pensar primeiramente em si e em sua segurança. Com essa atitude os homens estavam mostrando para Deus que eles podiam fazer algo grandioso do jeito deles. Isso mostra que eles escolheram um estilo de vida conforme sua própria vontade, decidindo permanecer naquele local em vez de se espalhar e povoar a terra.

Deus promove uma confusão de línguas em Babel

É bom entender que a desobediência às ordens de Deus sempre traz consequências para a vida das pessoas. A Bíblia é recheada de exemplos de personagens que desobedeceram a vontade de Deus para que sua própria vontade prevalecesse. Foi assim com Adão e Eva, Jonas, o povo de Babel e muitos outros.

A construção da Torre de Babel era algo totalmente fora do que Deus havia ordenado, mostrando a desobediência, a ambição e orgulho do homem. Isso fez com que o juízo de Deus recaísse sobre aquele povo. E a maneira utilizada por Deus foi promover uma confusão de línguas em que ninguém entendia mais o que o outro falava. A partir começou a dispersão do povo de Deus, dando início ao surgimento das mais variadas culturas e línguas.

O plano de Deus era bastante claro, conforme vemos em Gênesis 9:1, “Sede fecundos, multiplicai-vos e enchei toda a terra”. Ele não ordenou que ficassem parados naquele local específico que se chamava Babel e que, posteriormente, veio a ser a capital da Babilônia (região do atual Iraque).

A Torre de Babel mostra a desobediência do povo

O texto deixa evidente o que Deus havia determinado e o que realmente foi praticado pelo povo. A desobediência do povo mostrou o quanto eles eram ambiciosos, orgulhosos e arrogantes ao decidirem permanecer naquele local para construir algo que Deus não havia ordenado.

Quando Deus viu que eles estavam juntos e falando apenas uma língua, fez com que outras línguas surgissem, de maneira que não havia entendimento do que se falava. Por isso, aquela população foi forçada a sair e se espalhar pela terra, cumprindo a vontade de Deus.

Portanto, seguir a vontade de Deus, por mais difícil que seja, é o melhor aminho. Lembre-se sempre que devemos andar em obediência, seguindo os planos de Deus; na humildade, reconhecendo a soberania de Deus e seguindo seus propósitos como forma de glorificá-lo.