O Cristianismo na China

Apesar da perseguição, o Cristianismo na China continua atraindo novos adeptos.

Por Silvana Coelho – 24/01/2024

Mapa chinês
Região de Xinjiang, China / Arquivo Pessoal: Silvana Coelho

A China está sempre nas manchetes dos jornais de todo o mundo, seja por sua economia forte e competitiva atuando em diversos países, seja pelo controle rígido do Estado contra sua população ou, ainda, pela perseguição religiosa aplicada contra os cristãos.

Lendo as notícias do terremoto de magnitude 7,1 ocorrido esta semana e que atingiu uma parte da região ocidental de Xinjiang, perto da fronteira do Quirguistão, relembrei os 20 dias que passei em viagem pelo país em 2019.

A China é um país de contrastes, o regime de governo é comunista e exerce forte controle sobre os cidadãos. Por outro lado, é a economia mais forte do mundo ao lado dos estados Unidos e graças a isso tornou-se um país avançado em muitas áreas, especialmente a tecnológica. As grandes cidades se beneficiam muito dessa modernidade, com prédios grandiosos, carros elétricos silenciosos que não poluem o meio ambiente, entre outros aspectos.

Porém, fora dos centros urbanos a população é mais pobre como nas regiões rurais mais remotas, como Xinjiang, onde vivem os uigures, minoria étnica predominantemente muçulmana que tem sido alvo de repressão por parte do governo chinês que implica em prisões e restrições rigorosas à vida religiosa e cultural.

Apesar desses fatos, a China é um lugar muito interessante para se conhecer e ver como esses contrastes convivem diariamente. Então, vamos conhecer um pouco mais sobre a China e a realidade dos cristãos que vivem lá.

China: uma história milenar

Praça na China
Praça da Paz Celestial (Tian’anmen), em Pequim / Arquivo Pessoal: Silvana Coelho

A China é um país milenar onde hoje vivem cerca de 1,4 bilhão de pessoas, o segundo mais populoso do mundo, perdendo apenas para a Índia. A China esteve fechada aos mercados internacionais, mantendo-a em um isolamento que a deixou sem preparo para competir com o mundo ocidental, porém, a partir dos anos 1970 esse quadro foi mudando lentamente e algumas décadas mais tarde o mercado chinês se abriu para o capitalismo, tornando-se uma potência com um sistema econômico e produtivo que chama a atenção.

A religião na China

Igreja dourada
Igreja Islâmica no interior da China / Arquivo Pessoal: Silvana Coelho

Apesar de seu desenvolvimento cultural e econômico, a China não se abriu do ponto de vista religioso, ao contrário, continua sendo um dos países que mais perseguem cristãos no mundo, como podemos ver na Lista Mundial da Perseguição 2024, da organização internacional Portas Abertas. Nesse relatório, a China subiu da 16ª para a 19ª posição, na qual a perseguição é severa.

O relatório da Portas Abertas destaca que: “como um país comunista, a China é – pelo menos em teoria – contra todas as religiões, uma vez que o ensino marxista afirma que a ‘religião é o ópio do povo’. De acordo com sua Constituição, a China é ateísta. Mas, como em todos os países comunistas, o governo descobriu que as pessoas tendem a ser religiosas e, portanto, tenta usar as religiões tradicionais como meio de controlar e dirigir a sociedade. Assim, a cultura chinesa tradicional em geral e o confucionismo são louvados como sendo verdadeiramente chineses”. Por conta disso, as demais religiões como o Cristianismo e o Islamismo não são bem-vistos pelo governo chinês.

O início do Cristianismo na China

Parque de dança
Os parques são palco de dança para os chineses, em Pequim / Arquivo Pessoal: Silvana Coelho

Com uma rápida pesquisa na internet vemos que a história do Cristianismo na China é bem mais antiga do que imaginamos. De acordo com o site da embaixada chinesa no Brasil, “o primeiro registro de cristãos na China está escrito em uma pedra do século 8, afirmando que cristãos chegaram à cidade de Xian em 635 d.C.”.

Outra fonte diz que um importante momento ocorreu com a chegada do missionário italiano Mateo Ricci no século 16 chegou na China com o sonho de evangelizar o povo daquele império. Entretanto, quando a República Popular da China foi criada, em 1949, o Partido Comunista assumiu e toda religião, especialmente as estrangeiras, passaram a ser combatidas de forma violenta. O Cristianismo foi uma de suas vítimas, porém, as ações para erradicar a fé cristã não surtiram efeito e ela acabou sendo enraizada na sociedade chinesa mesmo depois da Revolução Cultural.

Desde então, o governo chinês tem feito de tudo para banir o Cristianismo da China, aumentando o controle dos cidadãos e da igreja, derrubando cruzes e torres das igrejas, prendendo pastores, expulsando os missionários estrangeiros e queimando bíblias. Felizmente os cristãos locais não se deixam abater e continuam se reunindo, mesmo que clandestinamente, e propagando a fé cristã. Pelo contrário, especialistas no tema acreditam que nas próximas gerações o Cristianismo alcançará um número ainda maior de chineses, é o que destaca a reportagem publicada ano passado pela Fox News.

A Expansão do Cristianismo na China nas próximas décadas

De acordo com a reportagem, o regime comunista sob o comando do presidente Xi Jinping a cada dia busca novas formas de combater o Cristianismo no país, seja fechando igrejas, ameaçando os convertidos ou controlando rigidamente cada cidadão. Não importa, muitos cristãos continuam com suas atividades clandestinas, mesmo correndo risco de vida.

Os especialistas no assunto acreditam que crescimento da fé cristã na China é tão forte que há previsão de que ocorra a conversão da China dentro de três gerações. Estima-se que o número de cristãos no país seja de 100 milhões, entretanto, por questões de segurança e medo muitos não anunciam abertamente a fé cristã e por isso o número deve ser bem, podendo chegar a 150 milhões, segundo a reportagem.

Oração em favor dos cristãos na China

Diante dos ataques contra a fé cristã na China comunista, é importante que coloquemos esse país em nossas orações, buscando fortalecer os cristãos chineses para que fiquem firmes mesmo diante das adversidades. Que Deus os abençoe para que tenham liberdade de culto.

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