Em Antioquia da Psídia, gentios e judeus ouviram as boas-novas e muitos foram impactados com as palavras do apóstolo Paulo.

Por Silvana Coelho – 31/07/2023

Quando estudamos o livro de Atos, nos deparamos com a enorme quantidade de cidades ali citadas e que normalmente não nos damos conta de onde ficam. Entretanto, ao procurarmos no mapa constatamos que muitas delas estão no atual território da Turquia. Uma dessas cidades é Antioquia da Psídia, onde o apóstolo Paulo levou o evangelho da sinagoga.

Como tive a oportunidade de morar naquele país durante muitos anos, visitei diversos locais bíblicos e agora me sinto feliz em poder compartilhar com você, leitor, um pouco do meu conhecimento. Por isso, cada post aqui no site ou no Instagram eu venho mostrando essas cidades e sua relação com os fatos narrados na Bíblia.

Desta vez, a cidade escolhida hoje é Antioquia da Psídia, atual Yalvaç, localizada na província de Isparta (Atos 13:14-). Na verdade, esta é uma das 16 cidades chamadas de Antioquia na antiga Ásia Menor e foi lá que o apóstolo Paulo, junto com seu ajudante e discípulo Barnabé, pregou na sinagoga de Antioquia da Psídia em sua primeira viagem missionária.

A posição estratégica de Antioquia da Psídia

Antioquia da Psídia, cidade em que Paulo levou o evangelho, tinha uma posição estratégica na estrada Leste-Oeste que seguia de Éfeso para a Panfília. Foi por essa estrada que Paulo e Barnabé chegaram no ano 46 d.C. Consta ainda que a cidade se tornou uma metrópole da recém-formada província da Psídia no ano 292 d.C., sob o governo do imperador Diocleciano.

Com sua coragem e perseverança, Paulo levou uma palavra de exortação e muitos dos judeus e gentios presentes foram persuadidos a perseverar na graça de Deus. Outros, porém, se revoltaram contra os dois discípulos e passaram a persegui-los, expulsando-os da cidade (At 13:50-51). Embora os discípulos estivessem transbordando de alegria e do Espírito Santo, ambos não tiveram outra opção a não ser fugir dali em direção a Iconium (atual Konya) e, posteriormente, para outras cidades da região.

O que ver em Antioquia da Psídia

O parque arqueológico de Antioquia da Psídia, que Paulo visitou em suas viagens missionárias, tem muitas ruínas daquela época, como o portão monumental da entrada da cidade que data do ano 129 d.C. quando o imperador Adriano esteve por lá. Pode-se ver ainda a Rua das Colunas, o Templo de Adriano, um teatro greco-romano com capacidade para mais de 5 mil pessoas, o que sobrou da rua colunada e das lojas. Há ainda os banhos romanos dos séculos I e II d.C., com seções frias e quentes, além dos vestiários. Um pouco mais afastado fica o aqueduto tão comum no período romano, que trazia água de uma fonte localizada a 10 km de distância.

Além disso, não podemos deixar de citar as ruínas de uma igreja do 4º século d.C. dedicada ao apóstolo Paulo. Segundo diversas fontes, essa igreja deve ter sido construída onde se localizava a sinagoga em que Paulo fazia suas pregações.

Infelizmente, durante minha visita ao sítio arqueológico, o local da Igreja de São Paulo ainda estava sob escavação dos arqueólogos e não foi possível visitar a parte interna. Entretanto, do lado de fora foi possível ver o que sobrou da antiga igreja onde há uma área que lembra um local de oração.

Antioquia da Psídia é representada no Concílio de Constantinopla

Por ser de grande importância, Antioquia da Psídia teve como representante o bispo Optimus durante o Concílio de Constantinopla, ocorrido no ano 381 d.C. Por isso, gosto sempre de ressaltar que o atual território turco recebeu diversos concílios ecumênicos já descritos em outros posts e no meu livro Turquia – Caminhos Cristãos e as Sete Igrejas da Ásia Menor.

A Igreja geralmente convocava os concílios para debater determinados conflitos da Igreja dos quais participavam os bispos e demais representantes da vida ecumênica. No total, foram realizados sete concílios na antiga Ásia Menor (hoje Turquia).

Estas e outras histórias bíblicas estão no meu guia Turquia – Caminhos Cristãos e as Sete Igrejas da Ásia Menor.

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Uma boa leitura!