O que aprender com a experiência de Paulo na Ilha de Malta

Um estudo sobre a experiência de Paulo durante sua permanência na Ilha de Malta.

Roma 04/05/2022 I Por Silvana Coelho

O livro de Atos foi escrito por Lucas, médico, amigo e companheiro de viagem de Paulo. O texto nos traz muitas informações sobre a história da Igreja Primitiva e, também, sobre as experiências  do apóstolo dos gentios desde sua conversão.

Nesse texto vamos nos ater à experiência de Paulo durante sua permanência na Ilha de Malta, especialmente no que se refere ao apisódio da víbora que o atacou logo após chegar em terra firme. De acordo com capítulo 27:1-44 do livro de Atos, o apóstolo estava preso e foi colocado juntamente com outros prisioneiros em um navio adramitino em direção à Roma. Atravessaram a Cilícia e Panfília e chegaram a Mirra, na região da Lícia na antiga Ásia Menor, e onde hoje estão localizadas as províncias de Antália e Mugla, Sul da atual Turquia.

No local havia um navio de Alexandria que estava de partida para a Itália e Paulo e os prisioneiros foram embarcados ali. Mas os dias de navegação foram difíceis por causa do forte vento que atingia a região e, conforme o tempo passava, mais perigosa ficava a viagem.

A visão de Paulo

S
Vista da Ilha de Malta

Mas Deus deu a Paulo uma visão de que nenhum dos ocupantes daquela navio morreriam. Passados dias e dias de tormenta e agravamento da situação, o apóstolo se pôs de pé no navio para pedir que tivessem bom ânimo pois nenhuma vida se perderia. Paulo tinha essa convicção porque naquela noite um anjo de Deus esteve com ele e disse: “Não temas! É preciso que compareças perante Nero, e eis que Deus, por sua graça, te dou todos quantos navegam contigo”(27:22-24).

Na décima quarta noite, mesmo com aquela turbulência e agitação no mar Adriático, eles pressentiram a proximidade de alguma terra. Enquanto isso, Paulo mais uma vez procurava reanimar os prisioneiros e tripulantes para que comessem alguma coisa, pois estavam há dias em jejum.

Naquele momento o apóstolo tomou um pão, deu graças a Deus e depois começou a comer, sendo seguido pelos demais que, então recobraram o ânimo. Ao amanhecer e com o navio em péssimas condições, deixaram-no encalhar e se lançaram ao mar em direção à praia daquela pequena ilha no meio do mar Mediterrâneo. Todos os 276 ocupantes conseguiram se salvar.

O apóstolo Paulo na Ilha de Malta

Logo descobriram que a ilha se chamava Malta, localizada a 80 km da cidade italiana da Sicília. Segundo o capítulo 28:1-31 de Atos os bárbaros (de origem fenícia) que habitavam aquela ilha trataram a todos com humanidade, acendendo uma fogueira em que todos puderam ficar ao redor e se aquecer. Foi nesse momento que o apóstolo Paulo atirou na fogueira um feixe de gravetos e dali saiu uma serpente venenosa que picou-lhe a mão. Os habitantes da ilha, em dado momento, acharam que Paulo logo morreria por causa da picada. Muitos o julgaram, achando que fosse assassino. Mas como não aconteceu nada com Paulo, logo pensaram que ele fosse um deus, tratando-o de forma diferente.

O texto bíblico diz ainda que Paulo se hospedou por três dias na casa do principal homem da ilha, chamado Públio, cujo pai estava doente. Paulo, então, orou e o curou da enfermidade e depois desse fato outros enfermos da ilha vieram até ele e foram curados. Consta que muitos habitantes se converteram e aderiram à fé cristã.

O que aprender com a experiência de Paulo na Ilha de Malta

Mas o que podemos aprender com a experiência de Paulo nessa ilha mediterrânea? Primeiro, podemos observar como uma situação tão fidícil e traumática nos deixa exautos, muitas vezes sem ânimo e com vontade de largar tudo, de jogar tudo para o alto e fugir daquela situação.

Porém, há sempre alguma coisa que pode piorar ainda mais tudo aquilo de ruim que já estamos passando. Não é mesmo? Quem nunca viveu experiência parecida em que  além de passar pelas dificuldades, ainda é julgado por pessoas que não o conhecem e não sabem de sua história?

A víbora (ou o mal) como uma ameaça ao cristão

O que podemos notar nessa passagem de Paulo por Malta, é que ele nunca se deixava abater diante das situações contrárias que ele viveu. Foram perseguições, agressões, prisões, aquele mar revolto durante dias e, para piorar, uma picada de cobra venenosa que poderia tê-lo matado diante de todos. Mas nada disso o abateu ou o deixou atemorizado, nem mesmo as ofensas que provavelmente deve ter ouvido dos centuriões ou mesmo dos nativos.

Se aquela víbora, que era algo que representava o mal, estava sendo usada para tirar o sossego de Paulo e causar-lhe mais sofrimento, esse objetivo não foi atingido porque ele simplesmente balançou a mão e jogou longe aquele animal. Sua atitude positiva diante da situação provou que o apóstolo confinava em Deus e que nada o deixaria abalado.

O mesmo acontece nos dias atuais. Muitas vezes nos surpreendemos com situações dolorosas, de dificuldade em que parece que somos atacados pelo mal. Mas devemos nos lembrar de Paulo, de como confiou em Deus e, assim, não foi afetado pelo veneno daquele animal.

Foram três meses que o apóstolo dos gentios permaneceu em Malta enquanto aguardava o momento ideal para partir. Ao fim desse período, embarcou em um navio alexandrino para continuar sua viagem até Roma onde se apresentaria ao imperador para ser julgado. Certamente, não apensa sua fé permaneceu firme, mas também pode apresentar Jesus aos nativos, falar do plano de salvação de Deus para cada ser humanao.

População cristã em Malta Malta

Fachada da Igreja de São Paulo, em Malta
Fachada da Igreja de São Paulo, em Malta

A influência de Paulo ainda se faz presente na Ilha de Malta onde 97% da população é cristã, fazendo com que o país seja considerado como um dos mais católicos do mundo. Ao visitar amigos em Malta, eles nos disseram há 365 igrejas na ilha, ou seja, uma igreja para cada dia do ano. Além disso, há inúmeras festas religiosas durante o ano em que as igrejas ficam enfeitadas.

Conclusão

Paulo tinha sobre si a unção de Deus, ele andava no centro da vontade de Deus e por isso sabia que nenhum mal lhe atingiria. Além disso, Deus já havia lhe mostrado durante a tempestade no navio que ele deveria se apresentar ao imperador Nero, em Roma. Já estava escrito, não poderia ser diferente. Essa mensagem vale para nós, tudo em nossa vida já está escrito por Deus, por isso temos que confiar nEle mesmo em circunstâncias conturbadas.

Não importa se somos atacados por injustiças, doenças, desemprego, problemas financeiros ou pessoais. Que o diabo está sempre nos atacando em alguma área de nossa vida não é novidade. Mas lembre-se de Paulo, ele confiou em Deus e apenas sacudiu a mão e jogou a víbora no fogo.

Façamos o mesmo para que o mal que nos aflige seja queimado no fogo e que a ação sobrenatural de Deus esteja em nossas vidas!

 

 

Compartilhe:

Deixe comentário