Turquia: Referendo amplia poderes de Erdogan e diminui valores democráticos
Passados dez dias da realização da votação para aprovar as mudanças na constituição turca, que prevê a alteração do sistema político da Turquia de parlamentarismo para presidencialismo e amplia os poderes políticos do presidente Recep Erdogan, o referendo está sendo contestado pela oposição, que acredita que houve fraudes durante o processo eleitoral.
O resultado final teve uma margem apertada, sendo que o “sim” venceu com 51,3% e o “não” teve 48,7% dos votos. O presidente Erdogan perdeu nas principais cidades do país, como Ancara e Istambul.
Com a vitória nas urnas, Erdogan conquista o direito de reeleger mais duas vezes, podendo ficar no poder até 2029, e poderá indicar ministros, juízes e servidores públicos, editar decretos e declarar estado de emergência (como o que está em vigor desde 15 de julho, após a tentativa de golpe de estado).
Suas ações, desde o golpe, têm sido pautadas pela tradição muçulmana e pelo conservadorismo e falta de democracia e liberdade de expressão, pois mais de 150 veículos de comunicação foram fechados, mais de 100 jornalistas estão presos no país, segundo a ONG Repórteres Sem Fronteiras, entre outros atos de repressão.
Por isso, entidades internacionais estão acompanhando de perto a situação que, acreditam, podem levar a Turquia a não conseguir fazer parte a União Europeia, até porque Erdogan pretende conseguir a aprovação da pena de morte no país, o que será um retrocesso ainda maior.
Só o tempo dirá se a Turquia conseguirá se manter como um Estado democrático ou se realmente, em pouco tempo, sua população estará vivendo um retrocesso ainda maior.