A Reforma Protestante de Martinho Lutero completa 507 anos

Hoje celebramos o dia da Reforma Protestante que mudou a fé cristã.

Por Silvana Coelho – 31/10/2024

A Reforma Protestante proposta por Matinho Lutero chega aos 507 anos foi um movimento que possibilitou levar o Evangelho a milhões de pessoas de forma acessível. Esse movimento teve como objetivo pôr fim às práticas corruptas que envolviam a Igreja de Roma no período medieval, entre as quais destaca-se a venda de indulgências por meio da qual se comprava o perdão dos pecados.

Para isso, em 1517, Martinho Lutero (1483–1546) publicou suas 95 teses na porta da Catedral de Wittenberg, na Alemanha, dando início ao movimento reformista que mudaria os rumos da Igreja.

A luta reformista de Martinho Lutero

Lutero nasceu na cidade alemã de Eisleben no ano de 1483. Ainda jovem, ele começou seus estudos na Universidade de Erfurt e destacou-se nas áreas de Filosofia e Direito. Mas um fato levou Lutero a se dedicar aos estudos da Bíblia Sagrada. Consta que em 1505, durante uma grande tempestade, Lutero foi atingido por um raio e que diante da perspectiva da morte, ele tinha medo de ter que ficar na presença de Deus. Foi então que ele clamou à Santa Ana, padroeira dos mineiros, prometendo se tornar um monge caso sobrevivesse àquela situação.

Dias depois, Lutero decidiu entrar para o Mosteiro Agostiniano e, em 1507, tornou-se monge e prosseguiu sua formação em Teologia na Universidade de Wittenberg, onde também lecionou. Mas Lutero vivia em grande conflito espiritual, sempre buscando entender mais de Deus e como agradá-lo. Lutero passou a se dedicar ainda mais ao estudo das Escrituras, o que o levou a entender que a doutrina da justificação pela fé, através de Jesus Cristo, o levou à paz interior que ele tanto buscava.

Ao visitar Roma, Lutero se escandalizou com o declínio moral dos religiosos. Por causa dos problemas financeiros devido à custosa construção da Basílica de São Pedro, visando arrecadar fundos, a Igreja introduziu a prática da venda de indulgências, alegand0 que as pessoas poderiam obter o perdão de seus pecados por meio de boas ações. Isso ocorreu sob a permissão do Papa Leão X.

Lutero se posicionou contra essa doutrina, defendendo a liberdade de cada indivíduo para interpretar os textos bíblicos e que o homem não é justificado pelas suas obras, mas sim pela fé em Cristo. Ele também acreditava na infalibilidade da Bíblia por ela ser inspirada pelo Espírito Santo e que qualquer pessoa deveria ter acesso ao texto bíblico, até então escrito em latim.

Matinho Lutero começou então sua pregação contra as indulgências e as práticas até então em vigor pela Igreja. Com o passar do tempo suas ideias foram ganhando mais e mais adeptos até que em 31 de outubro de 1517 ele afixou suas 95 teses na porta da Catedral de Wittenberg, na Alemanha.

Embora Lutero tenha sido o precursor desse movimento, ele não foi o único. Outros reformadores de sua época tiveram papel importante na disseminação do novo entendimento das escrituras. Entre eles podemos destacar John Wesley, João Calvino, Ulricio Suínglio, John Wycliffe, Filipe Melâncthon.

A Reforma Protestante e suas consequências

Ao publicar as teses, Lutero dava início a uma reforma que traria consequências de grande impacto na sociedade e, principalmente, na Igreja Católica da época. Entre os quais destacam-se a redução da influência e do poder da Igreja na Europa, a diminuição da interferência da Igreja Católica no poder político e a tradução da Bíblia para outros idiomas, permitindo que mais pessoas tivessem acesso à leitura dos textos bíblicos.

Por outro lado, a Igreja Católica reagiu contra a Reforma Protestante reativando a Inquisição e o combate ao protestantismo. Surgiram então muitos conflitos sociais devido a questões religiosas o que gerou ainda mais perseguições. Igrejas foram destruídas e padres, monges e seus seguidores foram mortos, muitos dos quais queimados vivos.

Esse modo diferente de pensar levou à disseminação da mensagem bíblica, permitindo o crescimento da igreja cristã, em especial a igreja evangélica. No Brasil, o número de pessoas que declaram a fé evangélica é de aproximadamente de 46 milhões de habitantes, de acordo com o Censo realizado pelo IBGE em 2010.

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