Conheça a Ilha de Malta, local do naufrágio do apóstolo Paulo
Roma – 30/04/2022 I Por Silvana Coelho
Foi na Ilha de Malta, a 80 km da cidade italiana da Sicília, que naufragou o navio em que estavam Paulo e outros 270 presos a caminho de Roma.
Ilha de Malta, local do naufrágio do apóstolo Paulo
Mas vamos falar um pouco sobre o apóstolo Paulo e sua passagem pela Ilha de Malta por volta do ano 59 da Era Cristã. De acordo com capítulo 27:1-44 do livro de Atos, o apóstolo foi colocado como prisioneiro em um navio em direção à Roma. A travessia pelo mar foi um tanto perigosa, com ventos fortes e mal tempo durante dias e dias, fazendo com que o navio sofresse avarias e naufragasse na costa maltesa.
Todos os soldados, marinheiros e prisioneiros, juntamente com Paulo, lançaram-se ao mar e chegaram até a ilha, que se chamava Malta. Segundo o capítulo 28:1-31 de Atos foi na Ilha de Malta que o apóstolo Paulo atirou na fogueira um feixe de gravetos e dali saiu uma víbora que picou-lhe a mão. Os habitantes da ilha receberam bem os náufragos e, em dado momento, acharam que Paulo logo morreria por causa da picada. Como não aconteceu nada com Paulo, logo pensaram que ele fosse um deus.
Paulo cura os enfermos da Ilha de Malta
Diz o texto bíblico (Atos 28:7) que Paulo se hospedou por três dias na casa do principal homem da ilha, chamado Públio, cujo pai estava doente. Paulo, então, orou e o curou da enfermidade e depois desse fato outros enfermos da ilha vieram até ele e foram curados. Consta que muitos habitantes se converteram e aderiram à fé cristã.
O apóstolo dos gentios permaneceu em Malta durante três meses e, ao fim desse período, embarcou em um navio alexandrino e continuou sua viagem até Roma. Passou por Siracusa, na costa sudeste da Sicília, onde ficou por três dias.
Hoje em dia é possível visitar as ruínas antigas da cidade, como o Parque Arqueológico Central de Neápolis, que inclui o Anfiteatro Romano, o Teatro Grego (com capacidade para 15 mil espectadores) e a Orelha de Dionísio, uma gruta de calcário com a forma de uma orelha humana. Após deixar Siracusa, seguiram para Putéoli, onde permaceram por sete dias a pedido de alguns irmãos. Por fim, Paulo seguiu viagem para Roma.
História da Ilha de Malta
A República de Malta é um país com uma área terrestre de aproximadamente 316 km² e que está localizado no Sul da Europa. Situa-se no Mar Mediterrâneo e tem uma posição estratégica já que está próximo da Sicília (Itália), do Estreito de Gibraltar, do norte da África e do Oriente Médio. Assim como a capital Valletta, várias cidades e ilhas merecem uma visita por sua rica história. Entre elas destacam-se Gozo, Sliema e Birkirkara. Sua população é de cerca de 500 mil habitantes e a religião é a católica, conforme a Constituição do país.
Esse pequeno país que hoje faz parte da União Europeia, sofreu no passado a influência de diversos povos e impérios, como o Bizantino, Romano e o Britânico. Além de outras nacionalidades, como os árabes, espanhóis e franceses. Os idiomas falados em Malta são o maltês (com origem árabe) e o inglês, por causa da influência britânica na região,
Mas a história de Malta remonta aos primeiros assentamentos pré-históricos ocorridos por volta do ano 5000 a.C. Segundo os achados arqueológicos na região, essas comunidades foram responsáveis pela construção de vários templos megalíticos que datam do ano 3800 a.C. Entre eles destacam-se os templos de Hagar Qim, com megalíticos de quase 60 toneladas; Tarxien, construído entre 3000 e 2500 a.C.; e Ggantija, megalítico de 50 toneladas.
Há ainda o templo subterrâneo de Hipogeu Hal Saflieni que foi esculpido na rocha e é um complexo de galerias, túneis e salas menores interligadas. Segundo pesquisadores, o templo data de 4000 a.C. e chega a ter cerca de 500 metros de extensão.
O que ver em Malta
São muitos os pontos turísticos da ilha que merecem ser visitados.
Valletta – É interessante conhecer a capital Valletta, que também é o centro econômico, administrativo e cultural do país. Além disso, é Patrimônio da Humanidade pela Unesco por sua importância histórica, inúmeros monumentos e igrejas, que reforçam sua vocação católica. Aliás, o Papa Francisco visitou Malta no início de abril.
Mdina – Mdina foi fundada pelos fenícios em 700 a.C. É uma cidade cheia de muralhas e chama a atenção as inúmeras ruas estreitas de pedras e os prédios muito bem conservados, com aquele ar de cidade antiga, parada no tempo. Mas também vemos o vai-vem de turistas de todo o mundo circulando pelas vielas que se abrem para praças largas, com lojas de artesanatos e restaurantes.
St Pawl Bay – É uma vila localizada no norte de Malta. Seu nome refere-se ao naufrágio do navio em que estava o apóstolo Paulo. Segundo a Bíblia, Paulo teria introduzido a fé cristã aos malteses. Das margens do bairro pode-se avistar a pequena ilhota onde Paulo e os demais passageiros do barco de salvaram após o naufrágio. No local foi construída uma estátua em homenagem ao apóstolo. Aliás, um passeio interessante é ir de barco até próximo dessa ilhota.
Praias – Malta é o paraíso para os amantes de uma praia bonita e ensolarada. São muitas praias, mas destacamos algumas como a Lagoa Azul, na Ilha de Comino; a Baía Dourada (Golden Bay), a Praia do Desfiladeiro Wied il-Ghasri e Baía de Ramla, ambas na Ilha de Gozo.