Síria: Rebeldes invadem Alepo, segunda maior cidade do país
A invasão de Alepo, em 27 de novembro, coloca em risco a população local composta por muitos cristãos.
Por Silvana Coelho – 03/12/2024
Mais uma vez a região da Síria volta atrair a atenção do Ocidente por causa de conflitos. Desta vez a preocupação é porque grupos rebeldes contrários ao governo de Bashar al Assad e liderados grupo islâmico Hayat Tahrir al-Sham, ex-membro da Al Qaeda, lançaram uma ofensiva no Noroeste do país e tomaram o controle de muitos vilarejos na cidade de Alepo, a segunda maior cidade síria.
Essa é mais uma crise que assola o Oriente Médio desde o ataque do grupo Hamas a Israel, em 7 de outubro do ano passado e que, além de se estender até o momento, ainda está envolvendo outros atores como o Irã e o Líbano.
Região marcada por conflitos
A Síria já esteve sob domínio de sucessores do rei Nabucodonosor, Alexandre, o Grande (por volta de 539 a.C., depois passou para o domínio do Império Romano (63 a.C.). Em seguida, surgiram as Forças muçulmanas árabes que invadiram a região por volta de 633. De acordo com informações da Lista Mundial dos países perseguidos da ong Portas Abertas, outros grupos dominaram o país, como o Império Otomano, no século 15, que dominou a região por 400 anos.
Com o fim do Império Otomano a Síria tornou-se independente, em 1946, sem, entretanto, conseguir manter uma estabilidade política, o que a fez enfrentar golpes militares e outras turbulências, já que em 1970 o líder Hafiz al-Assad, do partido socialista Baath, assumiu o poder e governou a Síria até sua morte em 2000. Porém, seu filho, Bashar al-Assad, assumiu o lugar de presidente onde se mantém até hoje.
Debaixo de um regime autoritário, no início de 2011, começaram os protestos contra o governo levando a uma guerra civil e os conflitos só aumentaram desde então. Isso abriu espaço para que jihadistas de outras regiões, como o grupo radical muçulmano Estado Islâmico (EI) estabelecesse seu califado em muitas regiões da Síria.
Em 2016 e 2017, a intervenção militar do Ocidente e da Rússia tenham eliminado esse califado da região. E agora, em 2024, os grupos jihadistas voltam a atacar regiões da Síria para impor seu poder sobre as populações já fragilizadas por tantos conflitos.
Fonte de preocupação para os cristãos
De acordo com a organização não governamental Portas Abertas, nessa região vivem muitos cristãos que já se sentem ameaçados pela ofensiva dos rebeldes islâmicos. O momento é de preocupação e de intercessão pela vida dos cristãos, muitos dos quais já deixaram a região por causa especialmente da perseguição imposta a esse grupo.
Segundo a Portas Abertas, a Síria ocupa a 12ª posição na Lista Mundial da Perseguição 2024. Portanto, nesta terça-feira, vamos interceder pelos cristãos da Síria. Oremos para que Deus estabeleça a paz na região de Alepo, que os cristãos sejam fortalecidos em sua fé e que termine o conflito imediatamente. Lembrando que a ong Portas Abertas está com campanha de doações para os cristãos perseguidos.
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