“From the River to the Sea”: filme traz um olhar profundo sobre o conflito Israel-Palestina

O documentário “From the River to the Sea” lançado recentemente aborda uma questão delicada que envolve território, poder e religião.

mapa colorido
Mapa de Israel e países fronteiriços / Reprodução de internet

Por Silvana Coelho – 15/10/2024

O conteúdo do filme “From the River to the Sea” (do rio ao mar, em tradução livre) nos apresenta os vários motivos que envolvem os conflitos entre Israel e seus inimigos, entre os quais estão o Hamas, o Hezbollah (considerados terroristas) e o Irã.

Desde o ataque contra Israel promovido há um ano pelo Hamas só tem piorado a situação da população civil da Faixa de Gaza. Milhares de pessoas fugiram para outro país ou tiveram que abandonar suas casas, mudando de lugar o tempo todo devido ao aumento dos ataques desferidos por Israel. E agora o Hezbollah, com apoio do Irã, também tem feito uma ofensiva contra o território israelense, ampliando o conflito e deixando a região à beira de uma catástrofe.

Filme alerta para questões complexas

cerca
Cerca com Jerusalém ao fundo / Reprodução Canva

O filme mostra a opinião de diversos especialistas em Oriente Médio, além de ex-terroristas, que apresentam sua versão para tanto conflito. É surpreendente ver o jogo de interesses em relação a essa parte do mundo e as acusações mútuas. São interesses territoriais, político-econômicos e, principalmente, religiosos.

Entretanto, com duas horas e meia de duração, o filme chamou minha atenção mais pelo lado religioso. Ficou claro como a mídia de uma maneira geral foca mais na destruição das cidades e no sofrimento dos habitantes. Sim, isso é fato e não podemos deixar de olhar sob esse ângulo e prestar solidariedade aos que sofrem.

Porém, é preciso atentar para o fato de que esses grupos considerados como terroristas (Hamas e Hezbollah) querem mesmo é implantar sua religião muçulmana onde hoje há judeus, cristãos e outras minorias religiosas. Algumas entrevistas deixarem isso bem claro.

Vamos entender primeiramente de onde vem a expressão “From the River to the Sea”. Segundo a plataforma Brasil Paralelo, produtora do filme, a expressão “refere-se ao território localizado entre o Rio Jordão e o Mar Mediterrâneo” e ganhou destaque após “ser usada no contexto do conflito entre Israel e Palestina” durante os protestos universitários nos Estados Unidos.

Ainda segundo a produtora, o termo completo é: “From the River to the Sea, Palestine will be free” (Do rio ao mar, a Palestina vai ser livre), “cuja expressão surgiu no Oriente Médio com a OLP (Organização para a Libertação da Palestina) para supostamente indicar o desejo dos palestinos de assegurarem seus direitos civis na região do Estado de Israel”. Entretanto, o que parecia ter um significado original pacífico mudou de rumo. A OLP, após realizar sequestros, assassinatos de civis e explosões em Israel, passou a ser considerada um grupo terrorista que usava a violência para justificar a criação da Palestina.

Uma das entrevistadas, Einat Wilf, phD em ciência política e ex-parlamentar de Israel, explica que a “expressão significa o desejo de expulsar todos os judeus e os infiéis ao islamismo da região do atual Estado de Israel”. E que o Hamas é um dos principais grupos terroristas a usar o termo From the River to the Sea, cuja frase se opõe a uma solução de dois Estados, defendendo a existência apenas de um Estado islâmico.

O Cristianismo e Judaísmo estão obsoletos?

Deixando as questões políticas e econômicas de lado, o que me chamou a atenção é o fato de que o que há por trás de tanto conflito é o interesse em expandir o islamismo para o mundo. Um dos entrevistados destaca que os muçulmanos veem as minorias religiosas como infiéis e impuras e por isso devem ser eliminadas.

Segundo esse entrevistado, o Islã considera que o Judaísmo e o Cristianismo estão obsoletos. Além disso, ele destaca que os europeus desistiram de sua religião tornando-se ateus, não valorizam sua história e cultura. E que a população do mundo ocidental está diminuindo porque as mulheres não querem mais ter filhos, ou seja, a tendência é de que a população de cada país europeu diminua ainda mais, gerando um problema futuro para a região.

Ainda de acordo com esse entrevistado, os muçulmanos vão tomar conta do mundo daqui a algumas décadas. Como? A resposta é simples: o liberalismo ocidental que abraça todos os imigrantes, especialmente os de origem muçulmana, vai permitir que isso aconteça.

Ele cita a França como exemplo que, ao dar abrigo a refugiados, permite que eles tenham acesso a escolas, saúde e os mesmos direitos que um cidadão francês. Então, esse refugiado traz mais um parente e este traz outro. Quando se vê, o número de refugiados islâmicos com direitos civis só vai aumentando. Além disso, ele deixa bem claro que a mulher muçulmana continua gerando filhos que, num futuro não muito longe, vão tomar os espaços da população europeia porque hoje as mulheres ocidentais não querem mais ter filhos.

Esse mesmo entrevistado diz com todas as letras que o islamismo vai tomar conta do mundo por culpa dos países liberais não só na Europa, mas também na América do Norte e América do Sul. Isso é uma questão de tempo, segundo ele, e que Alá é um deus de paciência. Só para ser ter uma ideia, de acordo com o filme, hoje a população islâmica na Europa chega a 15%.

Estes são apenas alguns dados que me chamaram a atenção. Vale a pena ver o filme que faz uma análise profunda dos conflitos que envolvem Israel, Irã, Hamas e Hezbollah. O acesso é gratuito pelo link: From the River to the Sea.

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